BAIDU CRIA FUNDO DE R$ 193 MILHÕES PARA STARTUPS BRASILEIRAS

cadastrado em 05.10.2016

A multinacional chinesa de tecnologia Baidu anunciou nesta terça (27/9) a criação de um fundo de investimentos com capital inicial de US$ 60 milhões (cerca de R$ 193,8 milhões) voltado para startups brasileiras.


Além de recursos financeiros, a companhia quer oferecer às empresas tecnologia, experiência internacional, recursos de tráfego mobile e a possibilidade de explorar mercados fora do país, principalmente na Ásia. “O mercado não precisa de mais dinheiro, mas de uma nova visão”, disse Yan Di, diretor-geral da Baidu no Brasil, em encontro com jornalistas na sede da empresa em São Paulo.

O executivo avalia que as startups brasileiras “fecharam os olhos” para o mercado de tecnologia asiático, especialmente o chinês. “Os Estados Unidos dividem o mercado de internet com a China”, afirma. “Ao avaliar os dez maiores sites do mundo, quatro são chineses. Temos muito a ensinar para o mundo.”

Esse é o primeiro fundo de investimento da marca em um mercado emergente além da China. Batizado de Easterly Ventures, ele é voltado para startups que já passaram do estágio inicial, ou seja, já desenvolveram um produto ou solução, definiram o modelo de negócios e conquistaram uma base de usuários.
Segundo a empresa, há a possibilidade de dobrar o investimento caso a experiência se mostre positiva.

Em atividade no Brasil desde 2013, a Baidu adquiriu, em outubro de 2014, o site de compras coletivas Peixe Urbano. Segundo os chineses, a plataforma cresceu 100% desde a aquisição. O resultado, segundo o executivo, inspirou a marca a criar o Easterly Ventures.

Ainda que a crise econômica ainda permaneça no Brasil, a Baidu espera uma mudança no médio prazo. “Os ativos brasileiros estão mais baratos no momento, estamos acompanhando a recuperação e eles irão se valorizar”, diz o diretor. “Não vemos razão para que o país não se recupere e por isso decidimos investir.”

No radar do fundo de investimento estarão startups focadas em serviços e conteúdo. “Não dá para competir nas áreas de tráfego e busca, setores liderados por Facebook e Google, respectivamente”, afirma Di. “Entretanto, só o brasileiro tem o entendimento e a flexibilidade necessários para oferecer serviços e conteúdo que sejam bem recebidos pelo público daqui.”
Duas empresas já foram selecionadas para receber aportes financeiros e serão anunciadas ainda neste semestre. Startups brasileiras interessadas em entrar em contato com o fundo devem acessar este site.

FONTE: Revista PEGN
TEXTO: Luan Flavio Freires

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